Roteiro Huaráz: Parte 2
8 de janeiro de 2018 -
Como eu tinha contado por aqui antes, a minha parte favorita de Huaráz foi a Laguna Parón, mas Huaráz ainda tá cheio de lugares maravilhosos que valem muito a pena incluir no seu roteiro ao Peru ;)
Dia 2) Glaciar Pastoruri
Esse foi o dia mais sofrido em relação à altitude. O Glaciar Pastoruri fica a 5000m!!!! É muito alto e frio. Prepare seu casaco corta vento, suas roupas térmicas, touca, luva, cachecol e bora! O tour começa às 9h e antes de sair já tomei minha soroche pill e fizemos também uma parada para tomarmos um chá de coca (indispensável) e comprar folhas de coca para mascar. Paramos na Laguna de Patacocha, que é na entrada do Parque de Huáscaran, em um rio que possui água com gás (fica borbulhando, é sinistro), e tinha também alpacas para tirarmos foto, são muito fofas hihi
Paramos também para ver a laguna de 7 colores, mas estava nublado e só vi 2 (risos), mas conforme o sol bate dizem que você enxerga a água de diferentes cores. Nessa região também tem uma planta típica, a Puya Raimondi, ela chega a 10m e pode demorar de 80-150 anos para florescer. Quando ela envelhece ela "incinera" sozinha, é muito louco! Vimos restos das plantas que morreram e realmente parece que ela pega fogo. Todo o caminho para o glaciar é maravilhoso, as montanhas são muito grandes, por todos os lados, muitas ovelhas pelo caminho, é de tirar o fôlego. Esse dia é mais dinâmico porque fazemos várias paradas, fica mais interativo e legal. Ao longo do caminho você vai mascando a folha de coca, que ajuda em relação aos sintomas da altitude, afinal, toda ajuda é importante nesse dia!
Ao chegar você precisa caminhar 2km da entrada, onde fica a van, até o glaciar em si. É um caminhozinho estruturado, com algumas subidas, não é uma trilha. Parece pouco? Parece. É fácil? Nem um pouco. É uma moleeeza no corpo, um sono, uma canseira que só por Deus, viu. Além do frio, o vento doía!!! Parávamos para respirar a cada 2 minutos, beber água, comer alguma coisinha para dar energia. Demoramos cerca de 40 minutos para chegar. Quem quiser evitar a fadiga tem a opção de ir à cavalo, custava 50-60 soles, mas mesmo assim você tinha que andar uns 500m, pois o cavalo não chegava até o glaciar. Lá no final também tinha uma opção bem esquisita (e eu achei um absurdo), de ir nas costas de algum local (juro!!!!!!!!!!!!), por 20 soles. Eles carregavam as pessoas do ponto que o cavalo deixava, até o glaciar. Fui andando, pra deixar claro haha Quando chegamos estava nevando e foi a coisa mais linda e feliz!!!! É muito bonito, enorme e valeu à pena pela vista! Não deixem de ir, os guias locais dizem que é um lugar que não vai mais existir em 15 anos, todo esse gelo irá derreter :(
A volta até a van continua sendo cansativa e cuidado para não ir muito rápido também, senão você volta a passar mal. Dormi praticamente todo o caminho de volta e cheguei 100% em Huaraz. Comi a refeição mais barata da viagem: uma arepa + coca por 4 soles, estava delicioso haha nem dá para acreditar, né?
Dia 3) Laguna 69
A Laguna 69 é uma laguna que fica em cima de uma montanha, com um pico nevado atrás. Era a minha maior expectativa da viagem e foi o dia sofrência da vida haha o ônibus passa no hostel às 5h e vamos todos sonolentos e cochilando até a primeira parada que é uma lanchonete, boa para tomar um chá de coca, comer algo caso não tenha tomado café da manhã. Segunda parada: Laguna Llanganuco, lindíssima, com uma água que não dá para acreditar! 10 minutinhos para tirar fotos e só.
Mais um tempinho no ônibus e chegamos ao início da trilha umas 9:30. Importante e indispensável: leve sticks de caminhada, eles serão seus melhores amigos. Compramos em Huaraz mesmo, na Plaza de Armas, por 20 soles. Aqui no Brasil, na Decathlon, sai por uns 50 reais o mais baratinho. Outra dica: muita água, lanchinhos pro caminho e se vista em camadas, porque também é um misto de frio e calor, você vai tirar e colocar o casaco o tempo todo. É uma mistura louca de suor, frio e medo de ficar gripada que você não sabe o que fazer.
Vamos para o que interessa? Resumindo: são mais ou menos 16km em cerca de 7h de caminhada, de 4.000-4.600m de altitude. Seria tranquilo se não fosse a altitude. Todos falam que é um tour bem pesado e indicam você deixá-lo para o último dia na cidade, tanto por aclimatação quanto pelo cansaço mesmo. Falam também que a subida final é de matar! São várias empresas ao mesmo tempo fazendo esse passeio, então tem muita gente pelo caminho e o guia geralmente acompanha os últimos do grupo. O começo da trilha é bem tranquilo porque é plano, juro que cheguei até a pensar: nossa, vai ser mais fácil que eu estava imaginando, quem dera! Passamos por várias vaquinhas, atravessamos rios, vimos cachoeiras lindas, picos nevados e muuuita montanha. É um caminho maravilhoso, digno de Senhor dos Anéis, incrível mesmo! Apesar disso praticamente não tirei fotos por motivos de: cansaço. Depois de andar bastante tempo em área plana você começa a subir e é bem cansativo por conta da altitude. Anda e para, anda e respira, anda e toma água, anda e come algo, o tempo todo. Mais ou menos uma hora em zig-zag até chagar uma parte plana novamente e você quase chora de emoção. Há uma laguna e muita gente para ali pra fazer uma pausa um pouco mais longa, comer algo para recuperar as energias, tirar fotos.
Nessa hora eu já estava exausta e só pensava: porque raios eu tô fazendo isso? Cadê esse inferno de laguna? Não tô preparada para a subida final. Falta quantas mil horas ainda? Andamos por um pasto bem grande até chegar a tão temida subida final. Foi difícil? Imagina, só pensei em desistir a cada 2 minutos, e teve gente que, de fato, desistiu. Eu era a última do meu grupo e queria chorar vendo todas as pessoas me ultrapassando. Parava toda hora, comecei a passal mal por conta da altitude, fiquei enjoada, queria vomitar e nada da laguna. Depois de muita subida, sofrência e falta de ar cheguei. FINALMENTE! Quase ouvia "weeeee are the champions my friend!" Confesso que eu estava tão cansada, enjoada e com frio que mal consegui tirar fotos e nem comemorar, só queria ficar parada um pouco e respirar. Gente, EU, Fernanda, passei muito mal. Eu sou bem sedentária, não faço nada e fui fazer essa trilha na sorte. Então não fiquem com tanto medo, nem todo mundo sofreu como eu. Vai que dá! A laguna é realmente linda, a cor da água é incrível e a montanha com neve atrás dá um charme especial. Como demorei pra chegar no topo, tive menos tempo lá em cima, logo tive que começar a descida. Temos um tempo limite para começar a voltar para o ônibus, senão vira festa também, né? As pessoas muito rápidas fazem em 2:30, as mais lentas (no caso, eu mesma), levam cerca de 3-3:30.
E aí são mais umas 3h de descida, dependendo do ritmo de cada um, pelo mesmo caminho que viemos. Pegamos um pouco de chuva, mas passou bem rápido. O começo é cansativo porque tinha muita pedra e dava bastante medo de escorregar (já disse que o stick é indispensável? Não vá sem!), o joelho dói, as costas também por conta da mochila. Minhas energias voltaram do além e desci relativamente rápido, sonhando com um banho e uma janta quentinha. O caminho é bem demarcado e na volta aproveitei mais a paisagem, linda demais! Entrar no ônibus foi engraçado, todos, absolutamente estavam mortos, jogados em suas poltronas, com bochechas vermelhas e cara de sono.
Valeu à pena? Sim, mas é muito cansativo, pelo menos pra mim, Miss Sedentária. Se quiserem subir sem essa minha sofrência, se preparem fisicamente de alguma forma antes da viagem! A Laguna é linda, o caminho todo é maravilhoso, mas a altitude realmente judia. E é muito de psicológico também, eu fui ficando pra trás do grupo, desmotivada, pensando em desistir e é horrível fazer algo assim... acho que um bom guia (no meu caso, o guia era péssimo), ajuda bastante. Se não está disposto a isso, foque na Laguna Parón ou alguma das outras que têm na região :)
Dia 4) Chavin de Huantar
Quase desisti desse dia de tão cansada e com dor muscular que estava. Minha prima, de fato, desistiu e nem foi no tour, efeitos da Laguna 69. Enfim, dia de passeio cultural. Os chavins foram uma civilização pré-inca e fomos conhecer sua cidade e templo. O tour começou às 8:30 e, sendo sincera, não gostei. Na verdade deve ser um passeio incrível quando você pega um guia bom, afinal você precisa entender sobre as ruínas, o povo, a civilização e cultura da época. Se você pega um guia ruim, não entende nada e fica entediado... Tive azar de não pegar um bom guia e tive azar também de pegar obras na estrada, ficamos mais ou menos uma hora parados esperando pra conseguir seguir viagem, o que foi bem chato e cansativo.
Fizemos uma parada na Laguna Qerococha, bem bonita, tiramos algumas fotos e seguimos viagem. Chegamos ao sítio arqueológico e fomos andar pelas ruínas. Meu espanhol é horrível, mas eu até que entendo o que falam, mas nesse dia foi difícil e acabei perdendo muita informação. Mas resumindo: o povo chavin foi um dos mais importantes da época e visitamos o seu templo que demorou 700 anos para ser construído. As pedras eram esculpidas uma a uma, quadradas e empilhadas e organizadas estrategicamente pensando nas questões hídricas e térmicas do templo, uma loucura. Acho que com uma boa explicação você sai maravilhado do lugar, eu não saí, risos. Dica: leve comida, só fui almoçar por volta das 15:30, e o almoço não estava incluso. Comi um tallarin saltado e estava delicioso e era enorme, amei!
Depois do almoço passamos em um museu, onde vimos algumas esculturas e objetos utilizados pelo povo. É o dia que voltamos mais tarde, por volta das 20h. Outra dica: acho que o ideal seria fazer esse tour no primeiro dia, por conta da aclimatação e por não ser cansativo fisicamente.
Gastos do dia:
Resumindo tudo...
Amei, amei, amei. O visual é incrível, a cidade é bem bonitinha, simples e acolhedora, gostei de tudo que comi e paguei muito barato também. O táxi na cidade é bem barato, cerca de 3-4 soles da Plaza de Armas até os lugares mais afastados da cidade.
Achei que ficaria mais cansada à noite, por conta das trilhas e altitude, mas como tudo é longe, você consegue dormir na van, e quando chega na cidade, tem pique pra andar pelo centro, procurar onde comer.
Não troquei dinheiro em Huaraz, porque tinham me dito que a cotação não era boa, mas na verdade, nem cheguei a ver quanto estava, sorry guys :(
Gasto total em Huaraz, com as passagens de ônibus, em soles:
Cotação mais ou menos de 1/1 entre real e soles.
E aí, gente! O que acharam? :)
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Que lugar lindo! Não conhecia e achei as fotos incriveis
ResponderExcluirBig Beijos,
LULU ON THE SKY
Gente, que completo esse roteiro, com todos os preços e dicas! Ficou super informativo e gostoso de ler. Nossa, imagino as dificuldades que você passou e ainda mais com a questão da altitude e tal. Que loucura essa planta que incinera sozinha, muito curioso. E também achei absurdo os locais serem ofertados pra carregar as pessoas, no mínimo horrível, né? As suas fotos ficaram sensacionais, que lugar incrível.
ResponderExcluir❤
Beijos
Brilho de Aluguel
Oi Thayse! Obrigada pelo feedback :) fico feliz por ter gostado!!
ExcluirNossa, e pior que tinha gente que estava pagando pra ser carregada!!! Um absurdo, se acha que nao vai consegur, não vá, né? haha
beijos!
Que viagem incrível e que lugar lindo. Meu sonho conhecer o Peru
ResponderExcluirCharme-se
Adoro seus posts Fernanda, te acho tão corajosa!
ResponderExcluirMenina esse lago é azul/esverdeado assim mesmo na foto? Que incrível!
Ai e essas alpacas são uma gracinha ♥ mas e essa planta Puya Raimondi?! Que loucura! Ela pega fogo sozinha? rs
Bjaoo
Oi Claudia!
ExcluirJuro que o lago é dessa cor, coisa mais linda!!!!!! Nem precisa de edição!
Alpacas são puro amor, muito fofas mesmo! <3
que lugar lindo, tô babando pelas suas fotos! ♥
ResponderExcluirEu também estava BEM sedentária na época que fui fazer a Trilha Inca e achei que não ia conseguir. Hahaha! Mas, se eu consegui, qualquer um consegue. :)
ResponderExcluirLindas as fotos, Huaráz me pareceu ser um encanto. O Peru é mesmo cheio de tesouros escondidos. <3
Oi camila!
ExcluirQuem sabe você volta pra conhecer Huaraz, né? É a coisa mais linda!
É o tipo de viagem que exige preparo físico, né? A laguna 69 deve ser incrível ao vivo!
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